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ReligiãoVaticano

Papa condena "guerra sem sentido" na Ucrânia

25 de dezembro de 2022

Em mensagem de Natal, papa também mencionou conflitos no Afeganistão, Palestina e protestos no Irã. "O nosso tempo vive uma grave carestia de paz também noutras regiões, noutros teatros desta terceira guerra mundial."

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Papa Francisco durante a leitura da Urbi et Orbi
"Os ventos cruéis da guerra continuam a soprar sobre a humanidade", disse FranciscoFoto: Yara Nardi/REUTERS

O papa Francisco fez um apelo neste domingo (25/12) para "silenciar as armas" na Ucrânia durante sua tradicional mensagem de Natal na Praça de São Pedro.

"Que o nosso olhar seja preenchido com os rostos dos irmãos e irmãs ucranianos, que vivem este Natal no escuro, sob a intempérie ou longe de suas casas, por causa da destruição provocada por dez meses de guerra", declarou o papa diante de milhares de fiéis reunidos na praça do Vaticano, incluindo alguns que portavam bandeiras ucranianas.

"Que o Senhor nos prepare a fazer gestos concretos de solidariedade para ajudar aqueles que estão sofrendo e ilumine as mentes daqueles que têm o poder de silenciar as armas e acabar de maneira imediata com esta guerra sem sentido", acrescentou.

"Lamentavelmente se prefere escutar outras razões, ditadas pelas lógicas do mundo", afirmou o sumo pontífice, antes de constatar "com dor que [...] os ventos cruéis da guerra continuam a soprar sobre a humanidade".

Antes de pronunciar a bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), o papa destacou os conflitos que abalam o mundo, algo faz com frequência, e citou dez países afetados por violências ou tensões, que descreveu como "cenários desta Terceira Guerra Mundial".

"O nosso tempo vive uma grave carestia de paz também noutras regiões, noutros teatros desta terceira guerra mundial."

Francisco mencionou o Afeganistão, o conflito israelense-palestino, Iêmen, Síria, Mianmar, Líbano - nação assolada por uma grave crise econômica e social - e Haiti, onde mais de 1.400 pessoas morreram em episódios de violência este ano, segundo a ONU.

Pela primeira vez, o papa citou o Irã, cenário de uma onda de protestos sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979, com mais de 14.000 detenções desde setembro, segundo a ONU, e 469 manifestantes mortos, de acordo com ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.

"Encaminhe para uma trégua duradoura no Iêmen e para a reconciliação no Mianmar e no Irã, para que cesse completamente o derramamento de sangue", disse o papa.

O papa Francisco também pediu que a comida não seja utilizada como "arma", em referência aos conflitos que afetam em particular a região do Chifre da África.

"Toda guerra - sabemos - provoca fome e usa a própria comida como arma, impedindo sua distribuição entre as pessoas que já estão sofrendo. Neste dia, aprendendo com o Príncipe da Paz, nos comprometamos todos - em primeiro lugar os que têm responsabilidades políticas - para que a comida não seja mais que um instrumento de paz", declarou.

jps (AFP, ots)