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MigraçãoEstados Unidos

Número de prisões de migrantes nos EUA quase dobra em um ano

30 de dezembro de 2022

Foram detidos quase 143 mil migrantes e deportados 72 mil no ano fiscal de 2022 – dos quais 1.767 brasileiros. Estados republicanos contestaram norma do governo Biden que reduziria a cifra.

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Guardas escoltando pessoas com malas em paisagem seca
Migrantes sem permissão de entrada nos EUA são detidos por guardas de fronteiraFoto: Sandy Huffaker/AFP

O número de prisões de migrantes indocumentados nos Estados Unidos por autoridades de fronteira quase dobrou em um ano, apesar de esforços do presidente Joe Biden para que essas detenções se restringissem a casos mais graves.

A agência americana de controle de imigração e aduana (ICE, na sigla em inglês), prendeu quase 143 mil migrantes no ano fiscal de 2022, encerrado em 30 de setembro, praticamente o dobro do ano fiscal anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30/12).

Cerca de dois terços dessas prisões foram de pessoas que haviam cometido apenas delitos de imigração, sem condenações criminais ou acusações pendentes, a maioria delas na fronteira com o México, afirmaram autoridades da ICE em uma apresentação a jornalistas.

No mesmo período, a ICE deportou cerca de 72 mil migrantes para mais de 150 países – dos quais 1.767 brasileiros.

Além desses, milhares de outros foram expulsos por agentes de patrulha da fronteira com base em uma norma editada no início da pandemia de covid-19 que autoriza uma deportação expressa, em poucas horas após a detenção, sem um devido processo.

Agentes da patrulha de fronteira dos Estados Unidos detiveram um recorde de 2,2 milhões de migrantes na fronteira sudoeste no ano fiscal de 2022, dos quais cerca da metade deles foi rapidamente expulsa sob essa regra.

Os que que não foram expulsos imediatamente ou são presos pelo ICE ou são soltos no país para então pedirem autorização formal para permanecer.

Nicaraguenses são a maior comunidade entre os presos

Entre os migrantes que estão presos, a maior comunidade é de nicaraguenses, que vêm cada vez mais tentando entrar nos Estados Unidos. A Nicarágua enfrenta uma aguda crise desde abril de 2018, sob o regime autoritário do presidente Daniel Ortega.

Ao longo do ano fiscal de 2022, a ICE manteve em média cerca de 22,6 mil migrantes presos, e aplicou pena alternativa a 321 mil pessoas, que exige que elas compareçam regularmente a um escritório da agência.

O governo do democrata Biden editou diretrizes para o ICE priorizar a prisão de infratores mais graves e desestimular a aplicação da lei contra o que não são criminosos, em contraste com a postura linha dura contra imigração do ex-presidente republicano Donald Trump.

Mas estados republicanos contestaram essas diretrizes e decisões da Justiça em favor do Texas e da Louisiana as suspenderam. Em novembro, a Suprema Corte dos EUA realizou uma audiência sobre o caso e uma decisão é esperada até o final de junho do próximo ano.

bl (Reuters, ots)