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Marina diz que Brasil vai retomar protagonismo ambiental

5 de janeiro de 2023

Ao tomar posse no Ministério do Meio Ambiente pela segunda vez, Marina Silva fez críticas à gestão anterior e disse que o país deixará de ser pária internacional na área ambiental.

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Marina Silva
"O Brasil que antes era um expoente e ator na esfera global, passou a ser visto como um pária ambiental", disse Marina SilvaFoto: Nariman El-Mofty/dpa/AP/picture alliance

A nova ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, garantiu nesta quarta-feira (04/01) que o Brasil voltará a ser protagonista e líder ambiental, depois dos "retrocessos" no governo de Jair Bolsonaro.

Numa sala no Palácio do planalto lotada com cerca de mil convidados, entre políticos, ativistas ambientais, indígenas, amigos e jornalistas nacionais e internacionais, Marina Silva assumiu hoje oficialmente o cargo de ministra do governo Lula, 14 anos depois de ocupar a pasta pela primeira vez.

"O governo brasileiro que sempre foi protagonista nessa discussão não se furtará a exercer esse papel de liderança nacional e internacional" afirmou Marina, que tem sido uma referência mundial no campo da ecologia durante décadas.

"Vamos liderar pelo exemplo" e o Brasil honrará todos os seus compromissos, frisou a nova ministra. "Essa garantia, é dada por "alguém que se criou no meio da mata", disse, referindo-se ao facto de ter nascido em Breu Velho, uma aldeia no interior do estado do Acre, onde sobreviveu caçando e pescando como os seus onze irmãos, três dos quais morreram quando eram crianças.

Marina Silva disse ainda que a inclusão da "Mudança do Clima" não é retórica. "A emergência climática se impõe", disse Marina Silva. "Queremos destacar a devida prioridade daquele que é o maior desafio global presentemente na humanidade. Países, pessoas e ecossistémicas mostraram-se cada vez menos capazes de lidar com as consequências e comprovadamente os mais pobres são os mais afetados", frisou a nova ministra.

"O Brasil tem um enorme desafio para honrar os compromissos assumidos no Acordo de Paris" como consequência do desmatamento que se acirrou nos últimos quatro anos, disse, anunciando o regresso da secretária nacional de mudança climática, que o governo de Jair Bolsonaro extinguiu. Durante a administração Bolsonaro, o Brasil aumentou, em vez de reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Apesar de nunca ter dito o nome de Jair Bolsonaro ao longo do seu longo discurso, Marina frisou que o "Palácio foi palco de vários atos contra o meio ambiente, contra interesses estratégicos do Brasil".

"Os anos que se passaram foram de um completo desrespeito", prosseguiu, insistindo que "o Brasil que antes era um expoente e ator na esfera global, passou a ser visto como um pária ambiental".

A nova ministra acusou ainda o governo Jair Bolsonaro de ter incentivado desmatamento descontrolado, e ter colocado terras indígenas e unidades de conservação à mercê do crime ambiental. "Boiadas passaram no lugar onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental. O estrago só não foi maior porque as organizações da sociedade, os servidores públicos, vários parlamentares, o Ministério Público e a alta corte do poder judiciário se somaram em defesa do meio ambiente", disse, fazendo referência a uma fala do seu antecessor no cargo, o bolsonarista Ricardo Salles.

jps (Lusa, ots)