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Greta discursa em protesto contra mina de carvão na Alemanha

14 de janeiro de 2023

Ativista Greta Thunberg participou de protesto em Lützerath, vilarejo ameaçado de destruição pela expansão de uma mina a céu aberto. Localidade se tornou símbolo da luta ambiental na Alemanha.

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Greta Thunberg em Lützerath
Greta Thunberg em Lützerath Foto: Federico Gambarini/dpa/picture alliance

Policiais e manifestantes entraram em confronto neste sábado (14/01) no oeste da Alemanha, durante um protesto contra a expansão de uma mina de carvão a céu aberto que contou com a presença da ativista ambiental Greta Thunberg.

A manifestação reuniu cerca de 35 mil pessoas em Lützerath, segundo os organizadores, e 15 mil, segundo a polícia. A localidade se tornou nos últimos meses um ímã de ativistas do clima e símbolo da luta por um futuro menos poluente.

A gigante de energia RWE tem a intenção de destruir Lützerath para extrair linhito localizado embaixo da localidade. As atividades de mineração deverão ser retomadas nos próximos meses para atender à demanda energética ligada à crise de abastecimento que atingiu a Alemanha após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Neste sábado, algumas centenas de ativistas entraram numa área restrita do vilarejo. "As barreiras da polícia foram quebradas. Às pessoas presentes em Lützerath, saiam dessa zona imediatamente", exortaram os responsáveis policiais em mensagem no Twitter.  "A polícia recorreu a canhões de água e ainda tentou impedir o acesso dos manifestantes", indicou no final da tarde um responsável policial.

Até ao momento, não foram anunciados eventuais feridos ou detenções.

Nas imagens televisionadas, uma fileira de agentes com equipamento reforçado como capacetes e escudos, protegia as margens de um fosso profundo do qual os ativistas se aproximavam.

As forças de segurança também resguardavam o acesso ao município de Lützerath, bloqueado por grades e ocupado por dezenas de manifestantes que vêm sendo evacuados pela polícia. O protesto foi organizado em apoio aos ativistas que ocupam o local abandonado e foi liderado simbolicamente por Thunberg.

Participação de Greta Thunberg

"É uma vergonha que o governo alemão firme acordos e compromissos com empresas como a RWE", declarou Thunberg de uma tribuna. "O carvão de Lützerath deve permanecer no solo", proclamou diante dos manifestantes, pedindo para que não se sacrifique o clima às custas do "crescimento a curto prazo e da ganância empresarial".

As forças de segurança retomaram a desocupação do acampamento no início da manhã de sábado. Até a noite de sexta-feira (13), entre 20 e 40 ativistas permaneciam no local. A operação, que já dura vários dias, mobilizou reforço militar de toda a Alemanha e até o momento, 470 protestantes deixaram o local, segundo a imprensa alemã.

O movimento foi apoiado por protestos em todo o país. Na sexta-feira, ativistas mascarados incendiaram contêineres e pintaram slogans nos escritórios do Partido Verde, em Berlim.

O grupo político, que faz parte da coalizão com os social-democratas do chanceler Olaf Scholz e o Partido Democrático Liberal, é alvo de duras críticas de alguns ativistas que o acusam de traição por ter assinado um acordo com a RWE que permite a exploração em Lützerath, onde habitantes foram expropriados há muitos anos.

jps (AFP, ots)