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SociedadeReino Unido

De coral ao Spotify: a playlist da coroação de rei Charles

Silke Wünsch
4 de maio de 2023

Trilha sonora do evento real do ano, a coroação de Charles 3º, é surpreendentemente moderna, transitando de corais a uma playlist no Spotify. Veja o que deve tocar na solenidade.

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O rei Charles 3º. Um homem branco, velho, de olhos verdes e cabelos brancos olha para a frente. Ele veste um terno cinza com riscas claras, uma camisa social de cor clara e uma gravata rosa. Ele usa um headphone grande e preto que cobre as orelhas.
O rei Charles 3ºFoto: Joe Giddens/empics/picture alliance

Não há dúvida de que a cerimônia de coroação do rei Charles 3º na Abadia de Westminster, em Londres, será solene e terá música adequada à ocasião.

Como queria um toque contemporâneo, o rei Charles 3º encomendou 12 novas peças musicais, produzidas pela lenda Andrew Lloyd Webber e o compositor de trilhas sonoras para o cinema Patrick Doyle. Este último contribuiu com a marcha que acompanhará a solenidade. Já Webber teve a honra de escrever um novo hino para a coroação.

A orquestra foi montada apenas para a cerimônia. Alguns dos músicos são integrantes da Royal Philharmonic Orchestra (Orquestra Filarmônica Real). Solistas renomados e diversos corais, incluindo um coral gospel, também se apresentarão. Haverá ainda música ortodoxa grega em homenagem ao falecido pai de Charles, o príncipe Philip, que na juventude foi membro da Igreja Ortodoxa Grega.

Quando o arcebispo de Canterbury colocar a coroa na cabeça do rei ao meio-dia deste sábado (06/04), as trombetas soarão, acompanhadas de salvas de tiros.

O músico Andrew Lloyd Webber, um homem branco de cabelo grisalho e curto, apresenta-se vestindo um blazer roxo e uma camisa estampada. Ele abre os abraços e olha para a frente.
O músico Andrew Lloyd Webber durante concerto em 2022Foto: Jeff J Mitchell/AP Photo/picture alliance

O concerto no Windsor Park

No dia seguinte à cerimônia de coroação, haverá um grande concerto no jardim do Castelo de Windsor, com apresentação ao vivo de estrelas pop como Lionel Richie e Katy Perry, ambos embaixadores de diversas fundações e instituições de caridade do rei. Cerca de 20.000 pessoas foram convidadas.

A banda pop Take That subirá ao palco com sua atual formação, mas há rumores de que o britânico Jason Orange, que deixou o grupo em 2014, pode se juntar a eles. Robbie Williams, que fez parte da banda até 1995, deixou claro no início deste ano que não participaria.

A Take That já tocou para a rainha Elizabeth algumas vezes ao longo dos anos, mas este evento é especial até mesmo para o grupo. "Uma enorme banda e orquestra ao vivo, um coral, bateristas militares, o cenário do Castelo de Windsor e a celebração de um novo rei. Mal podemos esperar", disseram os ícones pop.

As estrelas pop ausentes 

Os fãs de ópera podem esperar o italiano Andrea Bocelli em um dueto com o baixo-barítono galês Sir Bryn Terfel, e pela cantora e compositora Freya Ridings, que fará um dueto com Alexis Ffrench, compositor e pianista que combina música clássica com soul.

Haverá ainda um coral de coroação especial composto por cantores de todo o Reino Unido, incluindo cantores de favelas, fazendeiros, motoristas de táxi e grupos de reggae, apoiados por um coral virtual com cantores de toda a Commonwealth —grupo com mais de 50 países que fizeram parte do império britânico no passado.

No entanto, outras estrelas pop britânicas que imediatamente vêm à mente, incluindo Elton John, Ed Sheeran, Harry Styles e Adele, não foram convidadas a se apresentar ou tiveram que cancelar por causa de suas agendas. O mesmo aconteceu com a diva pop australiana Kylie Minogue.

Os clássicos pop na playlist do Spotify

O Departamento Britânico de Cultura, Mídia e Esporte (DCMS) montou uma "Playlist de celebração da coroação" no Spotify com 26 canções de sete décadas de música pop britânica.

A playlist começa com "Come Together” dos Beatles e atravessa as décadas passando por artistas como Coldplay, Ed Sheeran, Rod Stewart, David Bowie, Take That, Harry Styles e Pet Shop Boys.

Muitas das músicas pop clássicas presentes na playlist são ótimas para dançar e uma em cada cinco é sobre alcançar as estrelas. A música mais recente na lista é "Space Man" de Sam Ryder.

Ryder ficou em segundo lugar no Festival Eurovision em 2022, perdendo para o representante ucraniano. Neste ano, o festival acontecerá no Reino Unido devido à guerra impossibilitar a Ucrânia de sediar o evento.

O rei Charles 3º, à direita, e Camilla, a rainha consorte, à esquerda, aparecem de pé ao lado de um suporte onde há um botão rosa. Charles veste um terno azul escuro, camisa branca e gravata azul com pontos brancos. Camila veste um vestido azul. Ambos estão sobre um palco iluminado por diversas cores. Ao fundo, lê-se "EuroVision" Song Contest.
O rei Charles 3º, à direita, e a rainha consorte Camilla, à esquerdaFoto: Phil Noble/AP/picture alliance

Falta representatividade e diversidade

À primeira vista, a lista de reprodução parece boa, mas críticos apontam para a baixa presença de artistas de países da Commonwealth, bem como para a falta de diversidade: há muitos artistas brancos e poucas mulheres.

A primeira versão da playlist tinha 28 músicas, mas duas foram descartadas. Uma delas é a do rapper Dizzee Rascal, removida por que o artista está em processo de apelação após ser condenado por agredir sua ex-noiva.

Já a música "I'm Gonna Be (500 mil)", da dupla de rock escocesa The Proclaimers, foi descartada por causa das opiniões anti-monarquia da banda.

Um olhar mais atento também revela que não há artistas de países africanos ou da Comunidade do Pacífico. Apenas três artistas presentes na playlist não são britânicos: a jamaicana Grace Jones, o canadense Michael Bublé e a banda germano-caribenha Boney M.

Não há outros artistas dos mais de 50 países da Commonwealth, como Rihanna, que vem de Barbados, e Kylie Minogue, da Austrália.