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Cientistas anunciam volta do El Niño

9 de junho de 2023

Meteorologistas alertam que fenômeno pode trazer recordes de calor e clima extremo. El Niño deve trazer mais chuva para a América do Sul.

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Rio seco em Menindee, na Austrália
El Niño pode causar seca na AustráliaFoto: Dean Lewins/AAP/dpa/picture alliance

O El Niño está de volta. O fenômeno meteorológico, geralmente associado ao aumento das temperaturas, começou oficialmente e deverá "se reforçar gradualmente" nos próximos meses, anunciou nesta quinta-feira (08/06) a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

O El Niño é um fenômeno caracterizado por temperaturas superficiais mais elevadas no Oceano Pacífico equatorial, mas que tem consequências para todo o planeta. "Poderá conduzir a novos recordes de temperatura" em certas regiões, declarou Michelle L'Heureux, climatologista da NOAA, em comunicado.

"Dependendo da sua intensidade, o El Niño pode provocar uma série de impactos, como o aumento do risco de chuvas fortes ou de seca em certas regiões do mundo", explicou L'Heureux. "As alterações climáticas podem agravar ou atenuar certos impactos associados ao fenômeno", acrescentou. 

Em maio, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) advertiu que o período 2023-2027 seria quase de certeza o mais quente já registado na Terra, devido ao efeito combinado do El Niño e do aquecimento global provocado pelas emissões de gases com efeito de estufa.

Como o El Niño afeta as diferentes partes do mundo?

O El Niño ocorre aproximadamente de dois em dois ou de sete em sete anos e os climatologistas previram a sua chegada este ano durante vários meses. O fenômeno oposto, La Niña, que tende provocar uma queda nas temperaturas esteve presente nos últimos três anos.

O El Niño costuma trazer mais chuvas para o sul da América do Sul, Ásia Central e Nordeste Africano, aumentando as esperanças do fim da seca nessas regiões. No entanto, esse padrão climático pode trazer a seca para a Austrália, Indonésia e partes do sul da Ásia.

No início desta semana, a Austrália alertou que o El Niño traria dias mais quentes e secos para o país, que já é vulnerável a incêndios florestais. O Japão culpou o fenômeno pela primavera mais quente já registrada.

Embora, o El Niño tende a moderar a atividade dos furacões no Atlântico, ele geralmente aumenta a atividade dos tufões no Pacífico central e oriental.

O que é o El Niño?

El Niño e La Niña são nomes para padrões complexos de ventos e temperaturas no Oceano Pacífico. Os ventos no oceano podem ter três fases. A primeira é neutra, e eles sopram do leste para o oeste. Outra é o El Niño, onde eles desaceleraram ou até param. E, a terceira é a La Niña, onde sopram mais forte.

Os efeitos do El Niño se estendem acima do Oceano Pacífico e pelo resto do mundo. Eles alteram as rotas das correntes de jato – ventos fortes muito acima do solo – que viajam pelo planeta guiados pelas chuvas.

As temperaturas da superfície global aumentam 0,1°C durante os anos de El Niño. Nos anos de La Niña, elas caem na aproximadamente no mesmo padrão. Isso ocorre porque menos água fria é puxada das profundezas do oceano próximo ao Peru durante o El Niño, deixando mais água quente na superfície. Isso aumenta a temperatura das superfícies.

O El Niño ocorreu pela última vez em 2018 e 2019. O fenômeno foi seguido pela La Niña nos anos seguintes. Os maiores impactos do El Niño foram registrados em 2015 e 2016, quando quase um terço da Grande Barreira de Corais da Austrália morreram.

cn (AFP, Lusa, AP, Reuters)

As consequências do El Niño e La Niña