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AfD perde pela 1ª vez sua bancada em um Legislativo estadual

9 de maio de 2022

Partido de ultradireita alemão ficou abaixo da cláusula de barreira e perdeu sua representação no estado de Schleswig-Holstein. CDU foi a grande vencedora do pleito, e SPD teve mau resultado.

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Jörg Nobis, candidato da AfD para governar o estado, após a divulgação dos primeiros resultados da eleição de 8 de maio de 2022
Jörg Nobis, candidato da AfD para governar o estado, após a divulgação dos primeiros resultados da eleiçãoFoto: Marcus Brandt/dpa/picture alliance

O estado alemão de Schleswig-Holstein, no norte do país, realizou no domingo (08/05) as eleições para seu Legislativo, e o resultado trouxe uma má notícia para o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD). Pela primeira vez em sua história, a legenda perdeu a representação que detinha em um Legislativo estadual.

Vigora na Alemanha a regra da cláusula de barreira. Para ter assentos no Legislativo, seja dos estados ou federal, um partido precisa receber no mínimo 5% dos votos. A AfD em Schleswig-Holstein teve 4,4% e ficará ao menos pelos próximos cinco anos fora do parlamento local. Na eleição passada, em 2017, o partido tinha conquistado 5,9% por votos e cinco cadeiras.

Em uma entrevista na noite de domingo, Aminata Touré, candidata pelo Partido Verde, descreveu a saída da AfD do parlamento estadual como "espetacular". Em seguida, ela escreveu no Twitter: "Schleswig-Holstein conseguiu! Os nazistas estão fora!"

A AfD é um partido anti-imigração e nacionalista, e alguns setores da legenda são acusados de ter ligações com neonazistas e extremistas de direita. Uma ala do partido, chamada "Der Flügel", está sob vigilância do Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV).

Alguns analistas políticos apontam que a guerra na Ucrânia teria reduzido o apoio à legenda, que tem laços com a Rússia e com o presidente Vladimir Putin. A AfD também é contra a imposição de sanções contra Moscou e ao envio de armas para Kiev. Segundo pesquisas, algumas das pessoas que apoiaram a AfD em 2017 neste ano votaram na União Democrata Cristã (CDU), no Partido Liberal Democrático (FDP) ou ficaram em casa no dia da eleição.

CDU foi a grande vitoriosa

O partido que se saiu melhor nas eleições de Schleswig-Holstein, estado que faz fronteira com a Dinamarca, foi a CDU. A legenda recebeu 43,3% dos votos, 11 pontos percentuais a mais do que no último pleito.

O estado é hoje governado por uma coalizão entre a CDU, o FDP e os verdes. O atual governador, Daniel Günther, da CDU, que está no cargo desde 2017, deverá seguir no comando do Executivo. A CDU terá 34 dos 69 assentos do parlamento, e precisará apenas de mais um partido para alcançar a maioria e montar uma coalizão.

O atual governador de Schleswig-Holstein, Daniel Günther, sorrindo
O atual governador de Schleswig-Holstein, Daniel Günther, da CDU, deve seguir no cargoFoto: P. Nowack/penofoto/IMAGO

Em segundo vieram os verdes, com 18,3% dos votos, mais de cinco pontos percentuais a mais do que na eleição passada, e terão 14 assentos.

Já o Partido Social-Democrata (SPD), legenda do atual chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu 11 pontos percentuais em relação ao último pleito e recebeu 16% dos votos, o suficiente para ter 12 assentos.

O resultado ruim do SPD foi interpretado como um sinal de desaprovação à gestão Scholz, que está há cinco meses no cargo e sofre críticas que o acusam de ter tido uma resposta lenta à guerra na Ucrânia e uma comunicação pouco eficiente.

O próximo teste do governo Scholz será neste domingo, quando a Renânia do Norte-Vestfália, estado no oeste da Alemanha e mais populoso do país, realiza as suas eleições. O estado é atualmente governado pela CDU, mas pesquisas sugerem uma disputa acirrada com o SPD.

bl/ek (DW, ots)