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Angola: MPLA ganha mais de metade dos votos reclamados

DW (Deutsche Welle) | Lusa
29 de agosto de 2022

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola aprovou a ata do resultado final das eleições de 24 de agosto, numa reunião que decorreu esta madrugada. O MPLA, no poder, arrecadou mais de metade dos votos reclamados.

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Foto: John Wessels/AFP

Em declarações à Televisão Pública de Angola (TPA), o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, indicou que foi aprovada a ata do apuramento nacional e que o resultado definitivo será divulgado durante uma sessão solene pelo presidente da comissão, durante um ato solene ainda a agendar.

Dos 11.153 votos reclamados, 7.925 foram considerados válidos. Destes, foram atribuídos 4.360 ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e 2.935 à União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com os restantes a serem distribuídos pelos outros partidos.  

Nos últimos dias, a CNE esteve a analisar as atas com incidência, que incluem a diferença entre o número de eleitores inscritos na mesa e o total de votos na urna e de votos reclamados.

Lucas Quilundo, porta-voz da CNE
Lucas Quilundo, porta-voz da CNEFoto: A. Cascais/DW

Segundo dados divulgados anteriormente pela CNE, quando estavam escrutinados 97,03% dos votos das eleições realizadas na passada quarta-feira (24.08), o MPLA, no poder desde 1975, obtivera 3.162.801 votos, menos um milhão de boletins escrutinados do que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.

Já a UNITA registara uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até então 2.727.885 votos, enquanto em 2017 obtivera 1.800.860 boletins favoráveis.

A demora em anunciar os resultados dos restantes 3% dos votos originou muitas críticas no país. Mas Lucas Quilundo disse que a demora é "o tempo exatamente necessário para que o trabalho tenha o carácter de rigor e fiabilidade."

UNITA contesta vitória do MPLA

A UNITA contestou na sexta-feira (26.08) uma possível vitória do MPLA, indicando que estava a desenvolver uma contagem de votos paralela, com base nas atas síntese provenientes das 18 províncias do país.

O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior (ACJ),  pediu uma comissão internacional para comparar as atas eleitorais na posse do partido com as da CNE.

"Há provas de que é necessário corrigir mandatos", disse Costa Júnior, após prestar homenagem ao ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, este domingo (28.08), garantindo que qualquer posição do partido relativamente ao resultado das eleições angolanas será formalmente provada.

Adalberto Costa Júnior, candidato presidencial e líder da UNITA
Adalberto Costa Júnior, candidato presidencial e líder da UNITAFoto: Lee Bogota/REUTERS

"Nesta matéria temos de estar tranquilos, não devemos tomar posições em nada que não seja provado. Tudo o que viermos a fazer será formalmente provado, esperamos o mesmo das instituições e do MPLA", declarou ainda ACJ.

Segundo o líder da UNITA, foram formalizadas nas comissões provinciais eleitorais reclamações nos casos em que "os resultados não estão conforme".

"Os dados que nós temos atribuem-nos muito mais mandatos e esses obviamente vão ser retirados ao MPLA, a nossa contagem não terminou", sublinhou, lembrando que os dados conhecidos até agora são os dados da CNE.

O que dizem os observadores?

Um dos observadores que integrou a missão de observação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP9, Porfírio Silva, apelou este domingo aos angolanos para que "façam um esforço para esclarecer tudo, todas as dúvidas que existem”.

"Comparando os dados, comparando as atas síntese, comparando os somatórios e que se resolva efetivamente no ponto de vista da verdade eleitoral, mas de forma pacífica e com recurso às próprias instituições angolanas", sublinhou.

No úsábado (27.08), quatro comissários da CNE ameaçam não assinar a ata com os resultados definitivos das eleições alegando "aproveitamento político" da ata com os resultados provisórios.

"O nosso interesse enquanto membros da Comissão Nacional Eleitoral é que os serviços que prestamos devem estar direcionados ao país e não a qualquer partido político, mas angolanos em geral e aos eleitores", disse em conferencia de imprensa Francisco Vieira, um dos contestatários.

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