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Nyusi: Moçambique avança em segurança e megaprojetos de gás

Lusa
2 de maio de 2024

Com a estabilização de Cabo Delgado e a planificada retirada da SAMIM, Nyusi apela retoma dos projetos de gás natural e realça a permanência de forças militares da Tanzânia e Ruanda para consolidar a segurança.

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PR Nyusi impulsiona megaprojetos de gás em MoçambiqueFoto: Getty Images/AFP/E. Josine

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, declarou hoje (02.05), durante a abertura da 10ª edição da Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique, em Maputo, que a saída da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), conhecida como SAMIM, de Cabo Delgado ocorre após uma "fase crucial da estabilização" da região. Afirmou também que, apesar daretirada da SADC, as forças da Tanzânia e os militares do Ruanda continuarão presentes, operando fora da missão da SAMIM, para colaborar na segurança e defesa da província.

Segundo o Presidente Nyusi, a saída das forças do Lesoto já se efetuou, e as do Botsuana e da África do Sul estão em processo de retirada. Contudo, a presença continuada das tropas da Tanzânia, que cooperam na base bilateral, e dos militares do Ruanda, garantirá um apoio sustentado à região.

Soldados do Ruanda em Moçambique
Fase de estabilização leva à retirada da SAMIMFoto: Cyril Ndegeya/Xinhua/picture alliance

O próprio Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, confirmou aextensão da operação das Forças Armadas Sul-Africanas até 31 de dezembro deste ano, num esforço que custará 984.368.057 rands (aproximadamente 47,8 milhões de euros). Esta decisão, conforme uma carta enviada ao parlamento sul-africano, visa cumprir as obrigações internacionais da África do Sul perante a SADC no combate ao terrorismo na região.

Retirada da SADC coincide com retoma de gás

Paralelamente aos desenvolvimentos militares, o Presidente moçambicano sublinhou a necessidade urgente de retomar os megaprojetos de gás natural na província, dado o ambiente de "promissora estabilidade". Criticou a demora nas decisões financeiras que têm impedido a progressão desses projetos, que já são antigos e cuja execução era clara desde o início. Apelou aos concessionários da Área 1, liderada pelaTotalEnergies, e da Área 4, liderada pela ExxonMobil, para que acelerem o desenvolvimento e a tomada de decisões de investimento, com os necessários ajustamentos ao Plano de Desenvolvimento aprovado em 2018.

Numa visita recente a Washington, o chefe de Estado moçambicano afirmou que, embora os esforços internacionais sejam cruciais, a responsabilidade primordial pela defesa de Moçambique recai sobre os moçambicanos. Enfatizou que o país está agora numa fase de capacitação e construção de resistência, seguindo a recuperação dos problemas causados pelos ataques terroristas, que têm assolado Cabo Delgado há mais de seis anos.

Reflexões Africanas: Saída da missão da SADC de Moçambique

A multinacional francesa TotalEnergies, que tem liderado o desenvolvimento de uma central para a produção e exportação de gás natural, avaliada em 20 mil milhões de dólares (cerca de 18,6 mil milhões de euros), suspendeu os trabalhos em 2021 após um ataque armado a Palma. Recentemente, a empresa anunciou a intenção de retomar as obras até ao final do ano, após garantir a reativação do financiamento global. Por outro lado, a ExxonMobil prevê uma Decisão Final de Investimento para 2025, com a expectativa de iniciar a produção no final da década, apesar de depender ainda da situação de segurança que tem sido bem gerida até ao momento.

Estes desenvolvimentos ocorrem num contexto onde Moçambique busca consolidar a sua estabilidade e aproveitar as suas vastas reservas de gás natural para fomentar o crescimento econômico e a melhoria das condições de vida da sua população.