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"Estes resultados não podem dignificar nenhum moçambicano"

27 de outubro de 2023

Vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, Fernando Mazanga, quer "prestação de contas" no que toca ao apuramento dos votos. CNE reconheceu irregularidades, mas diz que tal não altera o resultado.

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Fernando Mazanga, vice-presidente da CNEFoto: Bernardo Jequete/DW

O vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, que está em representação da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) no órgão, disse que não se identifica com os resultados anunciados na tarde de quinta-feira (26.10) pelo presidente do organismo, Carlos Matsinhe.

"O primeiro a negar foi o próprio presidente da Comissão Nacional de Eleições. O Matsinhe, que não tenho vontade de o chamar nem bispo nem presidente, disse aos moçambicanos que não tem valor ao abster-se da votação", declarou ao referir-se ao facto de, antes da publicação dos resultados, Carlos Matsinhe ter abstido na votação dos membros do órgão para validar as eleições.

Fernando Mazanga considera que a atitude do presidente da CNE desprezou a população e rasgou "aquilo que é a vontade do povo. Portanto, estas eleições, estes resultados não podem dignificar nenhum moçambicano", afirma.

O vice-presidente desafia agora a sociedade civil e as confissões religiosas a "resgatarem o seu prestígio, chamando os seus representantes nos órgãos eleitorais para fazer uma prestação de contas e um diálogo a favor do bem e da verdade".

A Frente de Libertação de Moçambique  (FRELIMO), através do membro do Comité Central, Verónica Macamo, agradeceu aos eleitores: "Vamos honrar o voto de cada munícipe com trabalho árduo visando elevar a qualidade de vida dos munícipes".

Verónica Macamo
Verónica Macamo (FRELIMO): "Vamos honrar o voto de cada munícipe com trabalho árduo"Foto: Roberto Paquete/DW

A mandatária do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Laurinda Cheia, refere que estas eleições foram fraudulentas e não aceita os resultados.

"Sentimos nós que quem vai governar não é aquele que ganhou nas urnas, não é aquele que o povo votou. Sentimos nós que a CNE fez um papel de árbitro e jogador", comentou.

A mandatária lembra que estas eleições foram caracterizadas por irregularidades, e por isso disse: "Temos recursos ainda junto ao Conselho Constitucional  e temos esperança que o Conselho Constitucional reponha a justiça".

Também a Nova Democracia rejeita as eleições e a mandatária do partido, Ilódia Munguambe, fala de irregularidades que o próprio presidente da Comissão Nacional de Eleições enumerou que indiciam fraude.

"É uma autêntica vergonha estas eleições. Nós como Nova Democracia não reconhecemos os resultados porque ainda estamos a aguardar resultados em Gurué, no Conselho Constitucional, em Chokwé, e não faz nenhum sentido estarmos aqui hoje a ouvir esses resultados", frisou.

Nesta sexta-feira (27.10) a RENAMO sai à rua para protestar contra os resultados na Praça dos Trabalhadores na baixa da capital.

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